quarta-feira, 23 de julho de 2008

PERCEPÇÃO E INTELIGÊNCIA

Percepção e inteligência
Prof. Luiz Machado - 28/05/2007


A palavra percepção é formada pelo prefixo latino per– que indica “através de”, “por intermédio de” e cepção, do latim ¬–“ceptio”, derivado do verbo capere (Pronuncia-se /cápere/), “tomar, agarrar, pegar”. Assim, percepção indica a “ação de adquirir conhecimento (de algo) por meio dos sentidos comuns”.

Referimo-nos a “sentidos comuns” porque consideramos a existência de outros sentidos que são exercidos por atividades mentais além do limite da consciência. Neste caso, forjamos a palavra subceber, com o mesmo elemento –cepção, para indicar não o que é percebido pelos sentidos comuns, mas sim o que é subcebido, isto é, ”captado” abaixo destes. Criamos também o verbo subceber para indicar o que é captado pela subcepção.

A palavra percepção, no campo da aquisição de conhecimentos, liga-se a cognição, que é a operação do intelecto pela qual captamos dados e informações e os estruturamos. A cognição é comumente considerada como a mais importante das funções cognitivas, mas nós consideramos a percepção ainda mais importante que ela.

Muita gente fala em percepção como sinônimo de inteligência, mas esta vai operar dentro dos limites do que foi percebido e do que foi captado e estruturado pela cognição. Mas percepção e inteligência não são sinônimos, pois a inteligência vai acontecer dentro dos limites do que foi percebido e conhecido pelos sentidos, quer comuns, quer especiais.

Assim, para aumentar a inteligência, devemos ampliar a percepção e a cognição. Surge, então, a perguntar: “E como fazemos isso?” – Primeiramente, por uma disposição de fazê-lo, um propósito de ampliar a percepção para aumentar a inteligência. A mesma coisa com a cognição, procurando agudizar os sentidos. Depois, tornar significativa a aquisição de conhecimentos, desenvolvendo a curiosidade, para entender tudo que puder em profundidade, indo às origens dos conhecimentos, vale dizer, tornando a aprendizagem significativa, como fizemos, por exemplo, com as palavras percepção e subcepção no início deste artigo.

A esta altura, os leitores se perguntam: mas como ampliar a percepção? Respondemos: de várias maneiras, inicialmente pela convicção de que ela pode ser ampliada; em seguida, aprendendo como os grandes pensadores, filósofos, viram o mundo, como perceberam coisas que nós não vimos. Os grandes filósofos, os cientistas célebres apenas viram, perceberam coisas despercebidas pelos outros seres humanos. Mas há uma maneira bem prática de ampliar a percepção, pelo exercício de encontrar analogias.

A palavra analogia vem do grego ana, neste caso, com o sentido de “de acordo com” e –lógos, neste caso, com o sentido de “proporção” e indica o processo de pensar encontrando relações do tipo: “a luva está para a mão, assim como a meia está para o pé”. Essa é uma analogia bem simples, mas o processo pode ir se aprofundando, pois as analogias são ilimitadas e cada vez que elas se distanciam do objeto inicial, a percepção vai se ampliando.

Também, para ampliar a percepção, precisamos ter múltiplos e variados interesses. O especialista que só se interessa pelos assuntos de sua especialidade restringe sua percepção, desfavorecendo o processo de encontrar novas soluções, mesmo dentro de sua especialidade.
Professor Luiz Machado, Ph.D.
Cientista Fundador da Cidade do Cérebro
Mentor da Emotologia

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