sexta-feira, 11 de julho de 2008

AS DEZ DIMENSÕES DA CABALÁ

As 10 Dimensões da Cabalá
Baseado nos ensinamentos de Rav Meir
A Cabalá Contemplativa não é uma tradição meramente intelectual. Toda a literatura disponível sobre os mistérios da Cabalá não terá qualquer valor se este conhecimento não for aplicado em nossas vidas. O correto entendimento dos códigos presentes na Torá oferece todas as ferramentas espirituais que necessitamos para que nos tornemos melhores através do despertar de nossa consciência adâmica.
E o que pretendemos com isso? Num primeiro momento, todos têm em mente a possibilidade de mudar a realidade ao seu redor, não sendo uma coincidência que muitos busquem a espiritualidade exatamente quando a vida lhes parece menos generosa.
A grande questão, contudo, é que parte destas pessoas espera que, ao adotar um caminho espiritual, o seu sistema de valores permaneça alterado enquanto a Luz Espiritual promove uma limpeza em sua vida, corrigindo tudo o que está errado, o que não faz o menor sentido.
Tudo o que percebemos fora nada mais é do que um reflexo do que se passa dentro de cada um de nós e todos nós optamos, de forma consciente ou não, por viver em uma das 10 dimensões identificadas pela Cabalá.
Em qual dimensão você está vivendo?
A primeira delas (a mais baixa), é chamada de Estado de Gueinon ("inferno"): vive-se aqui totalmente no escuro e escravo da contra inteligência (a força de oposição à Luz). A angústia e o medo são constantes e não há perspectiva alguma de melhora.
A segunda dimensão também é usada pela contra inteligência, o Estado de Fome: sua principal característica é o puro desejo de receber para si mesmo e a sensação constante de insaciabilidade. A pessoa é escrava de suas próprias necessidades e a angústia de não ter (ou não ter o suficiente) é avassaladora.
O Estado da Reatividade é a terceira dimensão: aqui a pessoa resolve que as coisas vão mudar. É perigosa na medida em que existe uma medida certa, mas existe sempre o risco de se empolgar com os resultados e a pessoa julgar que a reatividade é a solução para todos os seus problemas.
A quarta dimensão é o Estado da Ira: esta é a dimensão da pessoa que se identifica como o "Homem de D-us". Ele está tão reativo que se torna insensível e duro, mas forte, o que é um problema. O "Homem de D-us" não precisa de ninguém lhe diga o que fazer; ele desconhece a humildade. Pode-se, aparentemente, até prosperar e se tornar espiritualmente poderoso, mas, ainda assim, estará apenas fazendo o jogo da contra inteligência.
A partir da quinta dimensão, a pessoa começa a entrar no caminho da Luz. O Estado da Tranqüilidade corresponde ao momento em que se consegue aquietar a mente e o coração, o que resulta na controle da ansiedade. O indivíduo encontra aqui o seu caminho, a sua missão. O risco de se sentir "confortável" é a comodidade e a estagnação, cuidado.
Na sexta dimensão é a que faz a Luz descer sobre o indivíduo, o Estado da Alegria: a Shechiná (Presença Divina) só se manifesta através da alegria. Tudo que é muito sério tende a pesar, a petrificar. Não devemos confundir, contudo, alegria com euforia. Podemos viver permanentemente num estado de alegria, mas a euforia é sempre passageira.
O Estado de Erudição é a sétima dimensão: a conciliação de sabedoria e entendimento sem perder a tranqüilidade e a alegria, pois é comum o erudito se fechar em seu próprio mundo.
O Estado da Absorção vai além da mente e do coração. Você absorve. É um estado de receptividade. Aqui se almeja o Estado de Tsadik.
O Estado de Tsadik é a nona dimensão: o iluminado vê justiça em tudo. Aqui a vida é totalmente clara e é possível se compreender a lógica do universo.
A última dimensão é o Estado de Mashiach: neste estágio a pessoa se sente responsável pela sustentação do universo. De fato, ela não mais vê diferença entre ela e o universo, e o menor de seus gestos afeta todo o resto. O Estado de Mashiach corresponde a estar fundido ao Eterno.
Qualquer pessoa deve almejar o Estado de Mashiach. Não se trata de algo reservado para "escolhidos". O despertar da consciência adâmica é o resgate da unidade original - a missão de todos os seres humanos. Não podemos esquecer nunca que todos nós e o Eterno somos Um e que esse é o grande sonho do Criador para a Sua Criação.
Emuná vebitachon!


Av - 5766

Conexão: Liberdade
Salmos: 97

Na Dúvida, Faça a Coisa Certa.
A porção da parashá desta semana nos fala da proteção dos justos. A Luz do Mundo Infinito assegura o alicerce dos tzadikim como nos ensina a Haftará desta semana:

"...eis que Eu farei o teu assoalho de esmeralda em vez de pedras e te fundarei sobre safiras"

Mas o que aproxima o justo da bênção do Mundo Infinito? Qual é o segredo da Luz Eterna dos tzadikim?

Tehilim 97:11 "Luz eterna foi semeada para os justos e alegria para os de coração puro."

Para os cabalistas, o segredo reside no poder espiritual da tzedacá.

A palavra tzedacá deriva da palavra hebraica "tzedec", que significa "integridade", "justiça", a "coisa certa a se fazer". Segundo a sabedoria espiritual, a Luz do Mundo Infinito permite que possam existir pobres e ricos para que os seres humanos exerçam o livre-arbítrio de inclinar-se em direção à justiça uns com os outros. Para a Cabalá, seu dinheiro, suas posses e tudo o que o seu ego considera ser seu, não lhe pertence realmente. A Cabalá nos indica que tudo o que se manifesta neste mundo, está marcado pela divisão estrutural da Árvore da Vida e suas 10 Sefirot. Dentre estas sefirot, 9 podem se manifestar por intermédio de um sentido cognitivo. mas keter jamais pode ser alcançada. A porção de keter na árvora da Vida deve ter em si a semelhança mais absoluta com a Luz do Mundo Infinito, ou seja, o Infinito Desejo de Compartilhar. Para que o seu dinheiro esteja em conformidade com a ordem da Árvore da Vida, é necessário que 1 parte das 10 partes de seu recebimento, esteja destinado ao desejo de compartilhar, Isso equivale ao dízimo (maaser) - 10%.

14:22 Paga o dízimo de todo o ganho de tuas sementes, que sai do campo...

Avraham nos ensina o dom do desejo de compartilhar. Por isso tinha sua tenda com quatro aberturas para as quatro direções do deserto, a fim de visualizar qualquer que passasse próximo ao seu caminho, para convidá-lo a receber sua hospitalidade. Segundo os cabalistas, da mesma forma, devemos estender a mão para quem se encontra em nosso caminho e sempre procurar ajudar nosso semelhante. Para os cabalistas é costume se ter um "pushke" (caixa de tzedacá) em casa, e a família é estimulada a dar tzedacá diariamente, especialmente antes das orações, e principalmente, antes de acender as velas de Shabat. Um antigo costume indica, que a cada mês em Rosh Chodesh (Lua Nova) o cabalista deve doar a quantia total depositada em seu pushke. A tzedacá deve, de preferência, ser dada de maneira anônima sem ninguém saber, a menos que você deseje dar um bom exemplo a alguém.

Para os sábios da Cabalá Contemplativa, a tzedacá aproxima nossa consciência do Olam HaBá. Quando praticamos tzedacá, o que menos importa é quanto estamos doando e sim a complexa operação gerada no ato deste compartilhar. Cada pessoa que faz da tzedacá uma atitude cotiadiana, ajuda a impregnar o mundo com a Luz do Mundo Infinito. Atos de tzedacá contribuem para a geração da energias luminosas ao redor do mundo e ajuda a promover estados de paz.

Mas quanto devemos compartilhar? A Torá nos ordena dar o décimo de nossa renda líquida. Aprendemos, que todo o que possuímos é um emprestimo da Luz do Mundo Infinito. Tanto a colheita, como a renda monetária de cada indivíduo é um presente da Luz. A Torá não quer que se esqueça disso e por isso instituiu que o décimo da colheita, ou da renda, fosse doada.

14:27 O Levi que está em tuas portas, não o abandonarás, pois ele não tem porção nem posse contigo.

Na época do deserto, todo o povo deveria dar o dízimo de sua colheita para a tribo de Levi, constituída pelos leviim e cohanim. Por que desta lei? A tribo de levi foi escolhida para ser a representante do povo perante a Luz do Mundo Infinito. Assim sendo, ao invés de possuir um pedaço de terra e nela trabalhar, a Tribo de Levi trabalhava no Tabernáculo, oferecendo os sacrifícios e demais tarefas, em nome do povo. O povo retribuía à tribo de Levi com o dízimo, e assim eles eram sustentados. A tribo de Levi é um código para definir a parte espiritual que existe em cada um de nós. Quando praticamos o desejo de compartilhar estamos "sustentando" essa porção e assim mantendo o contato com nossa neshamá (alma elevada) que representa o Tabernáculo em nossa alma.

Segundo a Cabalá, a prática do dízimo é benéfica para qualquer pessoa, independente de sua religião. Líderes de todas as religiões deveriam estimular a prática do desejo de compartilhar.

Além de tudo, tzedacá é uma mitzvá de cura para o corpo. A tzedacá representa o esforço "total" por parte do doador. Isto quer dizer que, enquanto as outras mitzvot são cumpridas como uma determinada parte do corpo - por exemplo: Tefilin são colocados no braço e na cabeça, o estudo da Torá requer concentração mental, etc. - tzedacá é uma contribuição feita com o corpo inteiro, pois requer o envolvimento total do indivíduo, tanto físico como mental pelo trabalho que leva a ganhar dinheiro.

Tzedacá em hebraico significa na realidade um ato de justiça. Dar tzedacá é algo que devemos fazer, não como um ato de bondade, as como um dever e obrigação, tal como pagar uma dívida (no caso, uma dívida espiritual). Tzedacá poderia ser muito bem traduzido como "fazer o que é certo".

Uma caixinha de tzedacá em sua casa ou trabalho, tem a propriedade de elevar toda a energia do local. Uma caixinha de tzedacá abre em um lugar uma fenda para que uma enorme quantidade de Luz Espiritual possa entrar. Os antigos nos ensinam que nós não deveriamos fixar uma caixinha de tzedacá parede e sim, fixar a parede na caixinha de tzedacá. Os cabalistas não deixam passar um único dia sequer sem praticar o ato de doar. É isso que os sábios chamavam de "elevar o tempo, espaço e pessoa". A tzedacá possui um papel fundamental no exercício do Tikun Olam (Correcão do Mundo).

Há três tipos de tzedacá, que podem ser comparados ao ouro, a prata e ao cobre. a tzedacá que a pessoa dá quando ela e sua família são prósperas e as coisas vão bem, é comparada ao ouro. Esse tipo de caridade tem o mais poderoso efeito no Mundo Espiritual. "Ze Hanotem Bari" (aquele que dá quando tem saúde), formando a palavra zahav, ouro em hebraico.

Há, então, um segundo tipo de tzedacá que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade, sendo, portanto, comparada à prata. Se uma pessoa possui um cofre de tzedacá em sua casa, dois anjos aparecem a cada semana.

Outro tipo de tzedacá, o cobre, é aquele que é feito quando solicitado. e com estes três elementos reconstruimos o nosso Tabernáculo.

A mitzvá de tzedacá abrange dinheiro ou alimentos.

O valor a ser doado para tzedacá é um décimo dos rendimentos.

Ao pensar em como compartilhar dinheiro para tzedacá, deve-se dar prioridade aos que se esforçam no estudo da Torá. Assim os maasarot (dízimos) sustentam os cohanim e leviim que faziam o serviço no Tabernáculo, também devemos separar um décimo de nosso ganho para as instituições que se dedicam ao estudo da Torá. e assim construir as bases de uma sociedade mais justa e que não mais necessite de tzedacá.

Ivdu et HaShem B’simchá
Rav Meir

Informações: (21) 2558-1904 • 2225-7103

EXTRAÍDO DO SITE ACADEMIA DA CABALA

Nenhum comentário: